13 junho 2010

O manual do bom homem



Um dia desses tive uma idéia que achei boba e ao mesmo tempo legal. Ela simplesmente surgiu assim do nada e pareceu interessante. Trata-se de um assunto do qual já refleti antes, mas que nunca havia pensado em abordar até agora. Estou me referindo sobre a idéia já concebida e enraizada na sociedade do que vem a ser um homem completo.

Sendo assim, pretendo compartilhar com vocês as características que venho observando nesses meus 26 anos de vida, o que não significa que eu concorde com todas as elas. Para mim, todos seres humanos, independentes do sexo, têm suas próprias naturezas pessoais e tem o livre direito de ser quem quiser nesse mundo sem precisar seguir nenhum manual ridículo imposto pela sociedade. Bom, voltando as definições, acho que pra começar a primeira delas seria uma das mais clássicas: o extermínio de baratas. É, isso mesmo. Pelo que parece, segundo a sociedade, as coitadinhas devem ter a vida bem curta, principalmente se foram vistas próximas de mulheres que, por sua vez, sentem medo e nojo delas. Sendo assim, o homem deve ser um exterminador (do presente) de baratas, grandes ou pequenas.

Existem muitos outros elementos clássicos que ajudam a definir o que é ser homem, segundo a visão já estabelecida pela sociedade. Com o intuito de não me estender muito, citarei apenas alguns exemplos que, acredito, já são de conhecimento público. Esses são relacionados aos conhecimentos técnicos que, infelizmente, todo homem deve nascer sabendo ou aprendido com outro ser mais velho, provavelmente um pai ou um avô. Às vezes, apenas por observação. E ai daquele que não souber de nada disso. Trocar uma lâmpada, abrir um pote de qualquer coisa, consertar chuveiros e carros, esse último é fundamental. Você nem precisa ser bom em todos os outros, mas, se não souber mexer no motor de ignição ou trocar um pneu, sinto-lhe dizer, caro amigo, você estará ferrado e condenado ao julgamento social.

Uma aptidão das mais requeridas para ser considerado homem com H maiúsculo é saber jogar bola e, é claro, entender tudo o que envolver o mundo da redondinha. Lei de impedimento é sem sombra de dúvida lição de casa obrigatória. Em relação às posições em campo, é preciso ser bom, mas não necessariamente um craque a lá Pelé ou Maradona. Não mesmo. Bastar ter habilidade para jogar no ataque e marcar alguns gols, de preferência antecedidos por bons dribles. Por mais incrível e absurdo que pareça, quem joga na defesa não é bem visto pelos outros homens, ainda mais se você for o goleiro. Isso dá margem para suspeitas de opção sexual. Acredite, se quiser, mas é a mais pura verdade.  

Bom, resumindo, para ser realmente considerado um ser do sexo masculino é necessário ser um pouco de tudo ao mesmo tempo, ou seja, ser marceneiro, eletricista, mecânico, abridor de pote, exterminador de baratas (e outros insetos da classe dos asquerosos) e centroavante. Enfim, acho que tudo isso já está até de bom tamanho para atingir de vez o objetivo deste texto. Afinal de contas, se fosse falar sobre tudo a respeito desse manual sem sentido criado na sociedade do que vem a ser um homem de verdade, com certeza teria que fazer um livro.