18 dezembro 2011

Só de passagem...




A vida está sempre em movimento. Tudo caminha para uma direção. Você pode até permanecer durante um certo período dentro de um contexto, mas até mesmo esse está se transformando continuamente em alguma coisa. O que pode ser é apenas uma questão que representa sua curiosidade, ou seja, uma vontade de imaginar uma infinidade de caminhos prováveis. Nesse meio tempo, o que dizer então sobre as pessoas que você conhece em cada fase da sua vida? Como elas te marcam e o que você aprende com elas?

O fato é que os bons momentos sempre deixam mais saudade. Alguns deles vêm à tona num dia chuvoso e ganham como resposta um simples sorriso ou até mesmo um riso. Pra compensar, você sente vontade de repetir, mas sabe que agora o tempo é outro. Nem tudo é mais como era antes. Mesmo assim, o passado sempre retorna de algum modo como se algum ciclo de sua vida, o qual você julgava ter encerrado, voltasse com algumas modificações. Talvez sejam apenas coincidências, uma obra do acaso ou uma nova chance de você aprender uma lição importante.

Todos temos histórias pra contar. A nossa vida é como um livro cheio delas. Algumas têm seus capítulos encerrados por motivo de força maior enquanto outras simplesmente fazem parte de um rito de passagem. As mudanças de escola, de emprego, de casa são exemplos de situações que transformam a rotina e nos forçam a encarar uma nova realidade. A adaptação nunca é fácil assim como tudo que se começa nessa vida. Você pode começar com todo otimismo e boa vontade de mundo, mas sempre terá ao seu lado a certeza de que passar por dificuldade será inevitável.

É fato: ninguém gosta de despedidas. Seria bem melhor se o tempo congelasse sempre na melhor parte de cada relação. Mas, como disse antes, há sempre algo em movimento e em transformação. É como uma força da natureza. É difícil aceitar ou até mesmo gostar dessa idéia em alguns sentidos. Veja o exemplo de uma amizade que, no inicio, era muito boa, mas que tem perdido um pouco do seu brilho num certo espaço de tempo. É possível simplesmente aceitar essa situação? Se a resposta for positiva, talvez seja bom ter em mente que ao lado dela ficará uma certa angústia como companhia. Uma espécie de dor por um fim inevitável.

No entanto, se a sua resposta for não, vale lembrar um detalhe muito importante sobre qualquer relação que construímos: os laços. Você pode ficar meses sem falar com aquela pessoa querida, mas sabe que pode contar com ela. Talvez a distância altere um pouco a relação, mas dificilmente abalará a amizade se o laço que une vocês for forte e seguro. É como se esse tipo de amigo fosse um irmão que seu coração escolheu, alguém que sempre terá um lugar cativo nas suas memórias.

Sei que pode parecer meio clichê, mas é como dizem por ai: existem pessoas que entram e saem de nossas vidas, mas não é por acaso que permanecem. 

11 dezembro 2011

Ser adulto


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Ser adulto é uma incógnita. Posso ser rotulado de imaturo por afirmar que se trata de um mistério algo considerado tão simples pela sociedade, mas, sinceramente, não me importo. Atualmente, estou com 27 anos e ainda procuro compreender o que realmente significa isso, pois desde que me conheço por gente acredito que essa idéia está ligada basicamente a questões como responsabilidade, maturidade e experiência. Em outras palavras, é quase como um sinônimo disso tudo.

No entanto, quanto mais o tempo passa e observo o mundo a minha volta percebo que talvez essa questão não seja tão simples quanto alguns ditos adultos fazem parecer de forma tão imperativa. Entendo que a sociedade tem uma necessidade natural de rotular as coisas de forma que os significados sejam como coisas exatas. É como se não existissem espaços para serem discutidos e/ou refletidos. Uma definição final e pronta. Por causa dessa mentalização fechada, algumas pessoas fecham seus olhos para as falhas deste sistema. Afinal de contas, como explicar a existência de tanta ``gente grande`` se comportando com tanta idiotice e infantilidade?

É óbvio também que a simples adição de algumas décadas de idade não é correspondente a ter maturidade. E lamentavelmente com esse ``pacote`` vêm um maldito orgulho que impede algumas pessoas de serem capazes de admitir seus próprios erros e assim assumir que ainda tem muito o que aprender nessa vida. Aliás, se há algo tão real quanto o solo em que se pisa é o fato de que o aprendizado nunca termina. Não importa quantos anos você tenha, sempre haverá algo que você ainda não sabe. Além disso, seus professores nem sempre serão mais velhos que você.

Do mesmo modo que temos muito que aprender com os mais velhos, também há muita coisa que uma criança ou até mesmo um adolescente pode ensinar, isso independente do seu tempo de vida. Isso acontece porque todas as nossas experiências de vida são únicas ao seu modo. Todos temos vivências diferenciadas e, dentro delas, particularidades que as tornam valiosas como lições de vida. Vejam o exemplo de alguém que começou a trabalhar mais cedo do que os outros. Muito provavelmente essa pessoa tenha feito isso por uma questão de necessidade. Talvez tenha sido algo próximo do que muitos gostam de chamar de ``o homem da casa``, aquele que paga as contas e põe comida na mesa. Isso não o torna mais adulto do que os outros. Com certeza, deve ter aprendido bastante sobre como ser mais responsável em vários aspectos, mas, mesmo assim, não sabe de muita coisa, pois sua experiência ainda é limitada a um determinado contexto enquanto há tantas coisas que poderiam ser aprendidas se não tivesse que escolher este caminho.

Nesse sentido, é importante sermos realistas, pois isso é fundamental para o crescimento de qualquer pessoa. No mundo dos sonhos, os limites são estipulados pela própria imaginação. Ou seja, você pode voar a vontade, como e quando quiser. Já no mundo real, as coisas são totalmente diferentes. É preciso colocar os pés no chão antes de qualquer coisa. Enfim, encarar a realidade nunca é uma tarefa fácil tampouco prazerosa. Aceitar que nem sempre temos controle de tudo faz parte disso assim como ter que lidar com situações inevitáveis de perda e dor. Por isso, é impossível separar o mundo em tons de preto e branco quando nitidamente há certos tons de cinza por ai.

Sendo assim, devemos aceitar a ação natural do tempo. Tudo tem começo, meio e fim. Um ciclo precisa terminar para que outro comece. Filhos nascem, crescem, alguns se tornam pais, assumem responsabilidades e escrevem suas próprias histórias de vida. Um ciclo inevitável no qual a fase adulta é um capitulo importante.