20 agosto 2012

Um olhar paulista sobre Minas Gerais





Este é um lugar de paz, onde é possível ver tranquilidade``estampada`` no semblante das pessoas. Ao que parece, não há tanta pressa e tampouco a energia da correria nublando os olhos das pessoas ao ponto de fazê-las esquecer a própria educação. Muitas pessoas ao redor do Brasil tem o péssimo hábito de rotular certas regiões do país e Minas Gerais, infelizmente, não fica de fora. Engana-se muito quem pensa que todo mineiro é caipira por causa do sotaque, por exemplo. Falar isso deveria ser um crime, pois não devemos limitar nosso olhar a certos estereótipos que só servem para ofender e separar as pessoas em muitos casos. Nosso país é belo justamente pela diversidade e pluralidade de culturas. Mas, não irei falar de preconceito neste texto e sim mostrar o meu olhar de paulistano sobre o estado de Minas Gerais. Talvez não esteja preparado o suficiente para fazer uma rica e apropriada abordagem. No entanto, devo avisar que desde o começo minha idéia sempre foi a de mostrar a visão de alguém de fora sobre um lugar novo. 

Lagoa da Pampulha
Capela da Lagoa da Pampulha


Nasci em São Paulo e tenho vivido na terra da garoa há quase três décadas. Já presenciei muita coisa como o stress do trânsito, metrôs lotados e a correria do dia a dia. E, por conta desta experiência de longa data, vocês devem imaginar qual foi a minha surpresa quando pisei em solo mineiro pela primeira vez. Na verdade, é sempre uma novidade toda vez que vou pra lá. ``Um admirável mundo novo``, como diria um personagem do livro de Aldous Huxley de mesmo nome. Achei tão bonita a forma como os mineiros são tão educados e gentis. Algo muito natural assim como os costumes de lá que, por sua vez, merecem um parágrafo a parte.

Nesse sentido, acho interessante dizer que o significado de costume nada mais é do que uma forma de se preservar a história. São hábitos passados de geração a geração que visam formar uma tradição de família. São coisas como um simples bom dia para o pai e a mãe toda manhã até o ato de ir a igreja toda semana. Outro exemplo é sempre respeitar horários de almoço e janta. Claro que isso não é uma exclusividade mineira, mas vale a pena ressaltar esse aspecto justamente pela força do hábito na região.  E, por falar em comida, não devemos esquecer algo que pode ser considerado um símbolo mineiro: o pão de queijo. Pequeno ou grande, não importa. Sua forma é sempre arredondada e a cor tem um tom amarelo claro, algo que pode variar dependendo da forma como é assado. Seu gosto salgado é único e muito saboroso. 

Outro aspecto que obviamente chama muita atenção é o sotaque. A forma de falar e o tom de voz são os detalhes que mais chamam atenção. De certo modo, é como se fosse um vocabulário novo.  Expressões típicas como ``Uai` e ``Sô`` são bem comuns além do jeito de pronunciar as palavras ou utilizá-las de outro modo. A calçada vira ``passeio`` e dinheiro vira ``dinheirin``. Para quem não está habituado, isso pode parecer engraçado quando se ouve pela primeira vez. No entanto, acho impossível não reparar no modo tão simpático como toda essa comunicação é feita. Já vi de forma muito curiosa pessoas conversando com um sorriso e brilho nos olhos.

Enfim, não posso terminar de expor minha visão sem antes dizer uma grande verdade que se encontra no trecho do hino do estado de Minas Gerais:
``Oh! Minas Gerais!
Quem te conhece
Não esquece jamais...``