Este é um lugar de paz,
onde é possível ver tranquilidade``estampada`` no semblante das pessoas. Ao que
parece, não há tanta pressa e tampouco a energia da correria nublando os olhos
das pessoas ao ponto de fazê-las esquecer a própria educação. Muitas pessoas ao
redor do Brasil tem o péssimo hábito de rotular certas regiões do país e Minas
Gerais, infelizmente, não fica de fora. Engana-se muito quem pensa que todo
mineiro é caipira por causa do sotaque, por exemplo. Falar isso deveria ser um
crime, pois não devemos limitar nosso olhar a certos estereótipos que só servem
para ofender e separar as pessoas em muitos casos. Nosso país é belo justamente
pela diversidade e pluralidade de culturas. Mas, não irei falar de preconceito
neste texto e sim mostrar o meu olhar de paulistano sobre o estado de Minas
Gerais. Talvez não esteja preparado o suficiente para fazer uma rica e
apropriada abordagem. No entanto, devo avisar que desde o começo minha idéia
sempre foi a de mostrar a visão de alguém de fora sobre um lugar novo.
Lagoa da Pampulha |
Capela da Lagoa da Pampulha |
Nasci em São Paulo e
tenho vivido na terra da garoa há quase três décadas. Já presenciei muita coisa
como o stress do trânsito, metrôs lotados e a correria do dia a dia. E, por
conta desta experiência de longa data, vocês devem imaginar qual foi a minha
surpresa quando pisei em solo mineiro pela primeira vez. Na verdade, é sempre
uma novidade toda vez que vou pra lá. ``Um admirável mundo novo``, como diria
um personagem do livro de Aldous Huxley de mesmo nome. Achei tão bonita a forma
como os mineiros são tão educados e gentis. Algo muito natural assim como os
costumes de lá que, por sua vez, merecem um parágrafo a parte.
Nesse sentido, acho
interessante dizer que o significado de costume nada mais é do que uma forma de
se preservar a história. São hábitos passados de geração a geração que visam
formar uma tradição de família. São coisas como um simples bom dia para o pai e
a mãe toda manhã até o ato de ir a igreja toda semana. Outro exemplo é sempre
respeitar horários de almoço e janta. Claro que isso não é uma exclusividade
mineira, mas vale a pena ressaltar esse aspecto justamente pela força do hábito
na região. E, por falar em comida, não
devemos esquecer algo que pode ser considerado um símbolo mineiro: o pão de
queijo. Pequeno ou grande, não importa. Sua forma é sempre arredondada e a cor
tem um tom amarelo claro, algo que pode variar dependendo da forma como é
assado. Seu gosto salgado é único e muito saboroso.
Outro aspecto que
obviamente chama muita atenção é o sotaque. A forma de falar e o tom de voz são
os detalhes que mais chamam atenção. De certo modo, é como se fosse um
vocabulário novo. Expressões típicas
como ``Uai` e ``Sô`` são bem comuns além do jeito de pronunciar as palavras ou
utilizá-las de outro modo. A calçada vira ``passeio`` e dinheiro vira
``dinheirin``. Para quem não está habituado, isso pode parecer engraçado quando
se ouve pela primeira vez. No entanto, acho impossível não reparar no modo tão
simpático como toda essa comunicação é feita. Já vi de forma muito curiosa
pessoas conversando com um sorriso e brilho nos olhos.
Enfim, não posso
terminar de expor minha visão sem antes dizer uma grande verdade que se
encontra no trecho do hino do estado de Minas Gerais:
``Oh! Minas Gerais!
Quem te conhece
Não esquece jamais...``